Este ano fui surpreendido com uma colab que somente a Heavy Psycho Sounds poderia proporcionar: uma banda que eu passei a gostar jogando Tony Hawks Pro Skater 4 (Nebula) e outra que é uma das minhas prediletas atualmente (Black Rainbows).

Ambas lançaram discos recentemente, mas o caso do Nebula chama a atenção. Primeiro, a banda sofre um enorme baque ao perder seu antigo baixista, Tom Davies (48), para a leucemia. Menos de um ano depois, seu substituto, Ranch Sironi, faleceu aos 32 anos. O que quase toda banda faria numa circunstância dessas? Provavelmente, rolaria uma pausa nas atividades, o que seria absolutamente compreensível. Mas não, apesar do luto e das dificuldades, eles toparam a parceria com o Black Rainbows e lançaram esse trabalho sensacional, nos brindando com o mix entre o stoner das “desert sessions” dos anos 90 e o atual, revigorado e imponente, com aquele toque de psicodelia.

Apesar de relativamente curto para um álbum, ambas as bandas tratam o lançamento como tal, e não como um EP. São pouco mais de trinta minutos e seis músicas, com cada uma tocando três faixas. Oscilando entre momentos enérgicos e arrastados, o Nebula inaugura disco. Me parece que essa “oscilação” citada foi proposital, inclusive na ordem das bandas e faixas dentro do disco, uma vez que a aceleração ficou reservada para a segunda metade com as músicas do Black Rainbow.

Se fôssemos traçar um paralelo com o futebol, diria que o Nebula é aquele bom jogador veterano que faz a bola correr, toma alguns atalhos, cadencia e segura o jogo quando necessário. Sabe o momento exato de acelerar e desacelerar o ritmo, enquanto o Black Rainbows é aquela promessa cheia de talento, que entra em campo tentando fazer “fumaça”, correndo para todos os lados e com uma energia de causar inveja.

Uma coisa é certa: com esse time em campo, não tem placar em branco.

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