O mundo da música ama criar e adotar classificações – especialmente quando o assunto é gênero. Nos anos 2000, quando a música independente começou a usar bem a internet ao seu favor, surgiram ressureições de gêneros com base na disco music, punk, synthpop, entre outros. Entre eles a Nu-Disco, que nada mais é do que um rebranding do estilo da disco aliada a elementos de sintetizadores e da house music, que estavam em alta na época. Curiosidade: foi por esse caminho, por exemplo, que o DJ Calvin Harris lançou seu primeiro álbum antes de ajudar a moldar a música eletrônica mainstream da próxima década.
E por meio do selo DFA Records (originada, em parte, por James Murphy do LCD Soundsystem, em Nova Iorque), o duo “Holy Ghost!”, do Brooklyn, fez suas primeiras aparições, à partir de 2007.
Esse álbum homônimo foi o primeiro, onde até então já haviam produzidos singles e outras coisas experimentais. E mesmo sendo o primeiro, me surpreendeu completamente, em termos de qualidade de produção, musical e consistência. Aqui o duo acertou na mosca, onde não há nenhuma faixa que tenha me decepcionado!
Todas são deliciosas, todas são dançantes. Uma união perfeita entre o eletrônico e o instrumental analógico. Sim, é um álbum confortável, que não quebra grandes barreiras experimentais em termos musicais. Mas justamente por isso, consegue honrar os gêneros que os inspiraram, e a maioria das faixas poderiam ter se tornado hits, tivessem uma máquina de marketing e indicações apropriadas por trás. Maaas… é indie! Então, sucesso explosivo no mainstream não significa quase nada. Então, vou deixar dois destaques aqui, a faixa mais famosa: Hold On.
E para fechar, a última faixa: “Some Children”. E aqui temos uma grande surpresa, Michael McDonald também está nos vocais! Uma faixa de soul bem suave.
É isso, “Holy Ghost!” é uma pequena amostra do que o cenário independente dessa época foi capaz de produzir, e junto a qualquer playlist do Daft Punk, Justice ou LCD Soundsystem, vai satisfazer aquela “uma horinha” mais vibrante do seu dia.
