Hoje (27/09/2024), quando comecei a escrever esse artigo, o Brand New Heavies relançou um dos seus álbuns de maior sucesso, direto de 1994, o “Brother Sister”. Esse foi o quarto álbum da carreira da banda do acid-jazz britânico, e contém a maior parte de seus hits e material radiofônico e os colocou no mapa desse gênero durante o auge do mesmo, junto a bandas como Incognito, James Taylor Quartet, Galliano e, principalmente, Jamiroquai. É um dos meus álbuns favoritos, então fiz questão de passar por essa experiência. Será que realmente vale a pena manter expectativas novas? Ou é apenas um dinheiro fácil para a gravadora? Vamos descobrir.

O álbum vai além do que já foi entregue de diferentes maneiras: foi quase que inteiramente remasterizado, e todas as músicas originais das duas versões iniciais do álbum estão presentes, assim como vários remixes e músicas demo.

Abrindo com “Have a Good Time”, uma jam session de funk deliciosa. Seguida da faixa homônima, um soul/funk bem lento, e que já revela o range vocal da N’Dea Davenport. E já adianto – é uma das vocalistas mais talentosas dos anos 90. Tão carismática no álbum e, especialmente no palco, e que foi a assinatura sonora e a imagem mais forte que o grupo ofereceu em toda a sua existência. Esse foi o último álbum do auge onde ela esteve presente, e o resto da discografia não consegue ser tão marcante sem a mesma. Interessante como a americana caiu de paraquedas no Reino Unido para trabalhar com os Heavies, e considero esse um ponto alto da carreira dela também.

Em seguida, o grande hit – “Dream on Dreamer”. Um dos maiores sucessos da banda, não duvido nada já ter entrado em alguma rotação das rádios brasileiras.

“Midnight at the Oasis” (original de Maria Muldaur) e “Back to Love” são outras bem marcantes, assim como “Mind Trips” e “Spend Some Time” (provavelmente o segundo hit). Sinceramente? Tem tanta coisa boa que daqui até o fim é só pedrada, variando entre funk e soul/R&B. Muita qualidade com o vocal impecável da N’Dea, que traz um pouquinho do charme e estilo do R&B americano contemporâneo. Acho que vou simplesmente jogar mais umas duas favoritas e tá ótimo, pois tudo está bem consistente nessa parte do álbum.

E agora… o lado B. A segunda parte do álbum é um compilado de demos e remixes. Já digo que os remixes não me agradaram. Como são remixes de DJs de música eletrônica do começo dos anos 90, o estilo está bem datado e os remixes em sua maioria simplesmente não são bons. Na verdade nunca soube da existência deles, o que deixa a experiência mais estranha ainda. Apenas um ou dois me agradaram e se encaixam bem com a proposta original do álbum.

Com isso, foco nas demos, em especial essa, “Put Yourself on My Shoes”. Merecia muito ter sido encaixada nesse álbum, mas foi lançada no “Original Flava”, uma outra compilação de 1992.

E é isso. Um álbum incrível, que marcou época para um gênero que foi um grão de areia em um universo musical, mas que foi muito bom enquanto durou. Dê play e permita a nostalgia dos anos 90 emanar em seus fones. Valeria a pena ouvir por inteiro? Não. Desconsidere os remixes, não achei tão necessários, nem bons o suficiente para fazerem jus à qualidade do resto do álbum. Então, se quiser seguir o hype do lançamento, não compre uma versão física apenas pela música.

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