Esse trabalho do Queens of the Stone Age (a banda que nunca erra) é a prova de que discos foram feitos para que as faixas possam ser ouvidas na sequência. Atualmente os serviços de streaming permitem colocá-los em modo aleatório, e isso pode fazer você perder toda a linha de raciocínio e a história que as bandas querem contar.

Este é o caso de “Songs for the Deaf”, terceiro e mais conceitual álbum do QOTSA. Foi o disco que elevou a banda de patamar, embora os dois primeiros (“Queens of the Stone Age” e “Rated R”) também sejam ótimos. A parada conceitual dele é a seguinte: nós embarcamos no carro e fazemos o trajeto de Los Angeles ao deserto da Califórnia, mais especificamente Palm Desert, onde as “Desert Sessions”, criadas pelo Josh Homme, eram gravadas. Ah, esqueci de mencionar que o rádio do carro é ligado antes da viagem começar. E esse “detalhe” é que faz toda a diferença. Isso porque ao longo do percurso (disco) algumas estações de rádio vão sendo sintonizadas. O mais legal de tudo é que são estações verdadeiras das cidades por onde o trajeto é feito. Nessas rádios, claro, tocam as músicas do álbum.

A formação principal era: Josh Homme (vocais, guitarra), Nick Olivieri (baixo, voz), Dave Grohl (bateria) e Mark Lanegan (vocais). Isso sem contar uma dezena de outros músicos que colaboraram no disco. E que trabalho eles fizeram! O disco abre com uma verdadeira pedrada chamada “You Think I Ain’t Worth a Dollar, But I Feel Like a Millionaire”. Sério, peso, riffs, velocidade e toda agressividade que uma faixa de abertura deve ter. O título é tão grande quanto o entusiasmo que gera. Sem deixar a peteca cair, logo na sequência vem o maior hit do QOTSA, “No One Knows”.

Que música, meus amigos! Mais uma que eu já tinha escutado quando moleque, mas não tinha dado atenção. Depois identifiquei onde ela tocava, era no modo de edição do “Winning Eleven”. Era quando você ia criar um jogador ou melhorar as habilidades dele. Quem pegou a fase do PS1 e PS2 e gostava de jogar futebol vai me entender.

Não menos importante é “First it Giveth“, outra baita canção. A que vem depois dela, “Song for the Dead” é a consagração do Dave Grohl. Ele simplesmente arrebenta. O curioso é que a atuação de destaque dele nessa faixa ocorre sobretudo no início e no final, momentos mais “pegados”. Ela começa toda acelerada e de repente cai numa espécie de “marasmo”. Depois volta a ficar muito boa no solo e cai de novo. Esse ciclo se mantém até a parte final, que é onde o chicote estrala de vez. Outro destaque é a guitarra lap steel (havaiana) tocada pelo Troy Van Leeuwen que se faz presente em todos os momentos da música. Confira a perfomance dos caras no vídeo abaixo:

O disco inteiro é sensacional, por isso destacarei mais duas faixas: “The Sky is Fallin’”, que é mais lenta, muito bela e “Go With the Flow”, outro hit desse álbum.

Deixei de citar várias faixas, mas o disco é relativamente extenso e permito que a curiosidade de vocês faça o resto do trabalho. Essa banda não tem disco ruim mesmo! E tenho certeza que “Songs for the Deaf” vai ser uma excelente porta de entrada para o universo QOTSA caso ainda não conheça mais a fundo trabalho deles.

Link do disco (Spotify): https://open.spotify.com/intl-pt/album/4w3NeXtywU398NYW4903rY

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