Hoje é muito fácil afirmar que os primeiros do Kiss são clássicos e tudo mais. Mas nem sempre foi assim, principalmente na época em que eles foram lançados. ‘Kiss’ (1974), ‘Hotter Than Hell’ (1974) e ‘Dressed to Kill’ (1975) foram considerados grandes fracassos, não pela qualidade das músicas, que eram ótimas, mas sim pela qualidade da gravação, ou a falta dela, e pela baixa quantidade de vendas. Com isso, o futuro do Kiss era incerto, seu empresário, Bill Aucoin, devia centenas de milhares de dólares por bancar as turnês da banda e a gravadora estava à beira da falência. Tudo se encaminhava para o fim quando o sucesso de ‘Alive!’ (1975) mudou por completo a realidade deles. Não vamos falar sobre o ‘Alive!’, é tema para outro post, mas agora com grana no bolso e vislumbrando um futuro brilhante, faltava algo para colocar o Kiss de vez na prateleira dos grandes: um bom disco de estúdio. E detalhe: o desafio não era simples, porque o antecessor foi um “disquinho” ai que vendeu somente meio milhão de cópias em uma semana.

“Os álbuns não soavam como soávamos ao vivo.”

Paul Stanley

Faltava um grande disco de estúdio? Não faltaria mais, pois os primeiros meses do ano de 1976 marcou o início dos trabalhos do disco que entraria para a galeria de clássicos do Kiss, o ‘Destroyer’.

Eles chamaram o famoso produtor Bob Ezrin para comandar a brincadeira, e quando eu digo “comandar”, me refiro literalmente a uma espécie de general. O cara fez questão de deixar bem claro quem é que mandava na bagaça, mas valeu muito a pena seguir os comandos do Bob, afinal, o que ele fez por esse disco foi surreal. Se liga, ele participou ativamente da composição e criou as linhas de baixo e o solo de guitarra de ‘Detroit Rock City’, criou quase todas as linhas de bateria do álbum e, segundo Paul Stanley, dedicou várias e várias horas ensinando trechos ao Peter Criss. E ainda corre a história que ele escreveu boa parte de “Beth” a partir de alguns versos e melodias levadas pelo Peter ao estúdio de gravações. Se ele realmente fez tudo isso, podemos dizer que é um disco do Bob com o Kiss servindo como banda de apoio (brincadeira).

Quero deixar bem claro e dizer que gosto do disco inteiro, mas meus destaques são bem peculiares. Primeiro, a música que eu mais gosto fala sobre sadomasoquismo. Daí já dá para ter noção da minha relação com o ‘Destroyer’.

Baita performance do Gene nos vocais. Ele, inclusive, arrebenta também em ‘God of Thunder’ e ‘Great Expectations’.

Outro destaque bem “improvável” se dá na faixa ‘King of the Night Time World’, que é um cover que o Kiss acrescentou no disco. A original você confere abaixo:

Ainda temos ‘Detroit Rock City’, ‘Beth’, ‘Shout it Out Loud’ e ‘Do You Love Me’, que são verdadeiros hits do Kiss até hoje. É inegável que esse álbum é o resultado do trabalho uma banda, tanto é que os destaques acabam se equilibrando entre os componentes, coisa que mudaria muito nos anos 1980 com os problemas de relacionamento entre eles e a falta de compromisso de alguns. Era um baita disco de estúdio que você queria? Então toma!

Bob Ezrin, que baita trabalho o seu, meu filho! Parabéns!

Link do disco (Spotify): https://open.spotify.com/intl-pt/album/59plsPcJYFlSA5ImekNQJ0

0 0 votos
Avalie o disco

0 Comentários
Mais antigos
Mais recentes Mais votado
Feedbacks imbutidos
Visualizar todos comentários
plugins premium WordPress